OAB apolítica ou apartidária?

Cesar Augusto Moreno, em uma de suas primeiras falas como presidente eleito da OAB Subseção de Maringá, afirmou que a OAB não deveria se envolver em questões políticas, mas estar atenta aos interesses da sociedade...

Pô! Uma das primeiras coisas que aprendemos em Direito (ao menos, comigo foi assim), é de que o HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO!

Quando queremos uma namorada, nos produzimos melhor, arrumamos o "discurso", sondamos junto aos amigos e amigas da "pretendida" as preferências dela, e tudo o mais... Ora, isto é fazer política! Este mesmo exemplo é o que dou nas aulinhas do "OAB Vai à Escola" quando rola aquele papo de que "política é coisa chata e para políticos".

Não quero ser chato, mesmo porque seria fácil pra quem foi candidato ao Conselho Local por outra chapa (Nova Ordem), mas, pelo menos a gestão que se encerra, pode dizer, com orgulho, que se envolveu, se envolve e sempre se envolverá em política!

Bem, quanto ao apartidarismo, claro que houve pessoas dentro da gestão Nova Ordem 2004-2006 que "vestiam as camisas" de suas convicções pessoais, pouco se importando com os trabalhos desenvolvidos pela entidade de classe.

Obviamente, discussões internas ocorreram, e a posição (de partidários e apartidários, como eu) não foi nada confortável... Ainda assim, valeu a pena, pois se fez política. Muita, da boa e sem um tostãozinho dos R$ 7500,00, que é a verba mensal da Subseção, "graciosamente mandada por nossos irmãos da Seccional" (*@x:***!@).

Bem, ao menos por parte do Conselho de Ética (e todos os advogados sabem quem trabalhou, quem não), e da Comissão de Acesso à Justiça e Cidadania (modéstia zero), tudo o que foi realizado foi feito com base em TRABALHO VOLUNTÁRIO (raça total!), sem esperar reconhecimento algum, somente acreditando nos trabalhos desenvolvidos...

Posso falar pela organização do "Paraná em Ação", linda caridade com chapéu alheio do Requião para cima da OAB e dos Juízes de Maringá... Se não fosse a abnegação da Comissão (eu, minha esposa, o telefone e os voluntários que aceitaram investir horas de seu trabalho - frise-se, inclusive membros da XI de Agosto), bem como a do Dr. Camacho (que comandou a organização dos trabalhos dos juízes e promotores), o trabalho jamais teria saído do papel.

E, detalhe, apareceu alguma coisa no horário eleitoral do Requião sobre o "Paraná em Ação"? Não que eu tenha visto. Se alguém viu, me avise: pode rolar processo... hehehe

Mesma coisa sobre o "OAB Vai à Escola": Falaram, na frente do Keiji (e pra mim também), que o projeto era "eleitoreiro"... Ora, falar sobre direitos e garantias fundamentais, CLT, Código de Defesa do Consumidor, Direito Penal e outros assuntos, num projeto direcionado aos alunos de 2o. Grau, seria eleitoreiro pra quem?

Pro Prefeito de Santa Fé? Pode até ser, se bem que pode ser um tiro no pé, já que a moçada tá começando a pensar na vida, já sabe fazer abaixo assinado e tudo o mais... rs

Pra OAB? Não sei como, se bem que o comentário de que seria o projeto "eleitoreiro" veio de membro do atual Conselho Seccional da OAB...

Bem, infelizmente o OAB Vai à Escola não é tema eleitoral pra ninguém... Seria ótimo que os Prefeitos não tivessem medo de "povo que pensa"... Quem sabe, um dia...

Ah, a gestão que se encerra fez questão de se fazer presente em TODOS os Conselhos Municipais, o que, espera-se, seja mantido, mesmo porque foi dito que a OAB estará atenta à comunidade...

E, por fim, tanto o Sérgio Inácio, quanto o Elias Brandão (ê, primo... rs) podem testemunhar: em várias das reuniões do MEP, na frente da "ala petista", eu fazia questão de frisar que "ou o MEP era apartidário, ou fechava as portas..."

E, quase num PS, vamos nos lembrar do que aprendemos nos bancos da escola: "política" significa "ciência do bem comum", e a OAB, no seu papel institucional histórico, deveris, sim, se preocupar com a ciência do bem comum, pelo que espero uma revisão de posicionamento da nova gestão a tal respeito.